sábado, 26 de maio de 2012

Blog: Um gênero textual digital


Atualmente vivemos influenciados pelo avanço da tecnologia, e nos sentimos intimados a participar de toda essa evolução. E falando neste avanço, sabemos que o mundo virtual disponibiliza muitos recursos para que possamos nos comunicar com extrema agilidade. O blog, por exemplo, proporciona a interação com o maior número de pessoas e conquistou os usuários em função da sua facilidade na criação, na edição, na atualização dos textos em rede, entre outros pontos.
O blog é uma ferramenta de autoexpressão, pois há geralmente uma intencionalidade do locutor (a pessoa que escreve) de exprimir ideias ou sentimentos ao criar um blog. Há também aqueles que são resultados da opinião de um grupo de pessoas que se reúne para atualizar um mesmo blog; outros se direcionam para a diversão; outros para o trabalho ou, ainda, para pesquisas; há também os que misturam tudo.
O blog permite a convivência de textos escritos, imagens (fotos, desenhos, animações) e som (músicas). Vale lembrar que os textos produzidos na Internet, devem ser tratados como hipertexto que é uma forma dinâmica e flexível de linguagem que dialoga com outras formas de textualidade. Na verdade, o blog é uma modalidade textual fundamentalmente baseada na linguagem verbal e visual.
                Os assuntos que são abordados no blog podem variar indo desde um relato das experiências pessoais até fotografias, notícias, novidades ligadas à vida social, enfim, sobre tudo que se pretende discutir.
                Agora é sua vez, estudante Panorama! Vamos criar um blog com o tema “Contando e Cantando Luiz Gonzaga”, tendo como propósito principal a valorização da cultura nordestina, através de pesquisa e produções feitas pelos alunos.  A base teórica será O Centenário de Luiz Gonzaga, portanto, neste blog, você terá de disponibilizar o maior número possível de informações sobre este grandioso artista que durante décadas expandiu informações sobre o nosso modo de viver, de pensar, de se divertir, de se vestir; enfim, sua música é um verdadeiro acervo da cultura nordestina.


                Profª Conceição Ferreira, Especialista em Literatura e Estudos Culturais pela UEPB.
Professora de Língua Portuguesa do Colégio Panorama

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Matriz de Referência do ENEM (II)

Se liga fera!

Abaixo estão as três primeiras Competências e suas respectivas Habilidades da Matriz de Referência do Exame Nacional do Ensino Médio.

Linguagens, Códigos e suas Tecnologias

Competência de área 1 - Aplicar as tecnologias da comunicação e da informação na escola, no trabalho e em outros contextos relevantes para sua vida.

H1 - Identificar as diferentes linguagens e seus recursos expressivos como elementos de caracterização dos sistemas de comunicação.

H2 - Recorrer aos conhecimentos sobre as linguagens dos sistemas de comunicação e informação para resolver problemas sociais.

H3 - Relacionar informações geradas nos sistemas de comunicação e informação, considerando a função social desses sistemas.

H4 - Reconhecer posições críticas aos usos sociais que são feitos das linguagens e dos sistemas de comunicação e informação.

Competência de área 2 - Conhecer e usar língua(s) estrangeira(s) moderna(s) como instrumento de acesso a informações e a outras culturas e grupos sociais*.

H5 – Associar vocábulos e expressões de um texto em LEM ao seu tema.

H6 - Utilizar os conhecimentos da LEM e de seus mecanismos como meio de ampliar as possibilidades de acesso a informações, tecnologias e culturas.

H7 – Relacionar um texto em LEM, as estruturas linguísticas, sua função e seu uso social.

H8 - Reconhecer a importância da produção cultural em LEM como representação da diversidade cultural e linguística.

Competência de área 3 - Compreender e usar a linguagem corporal como relevante para a própria vida, integradora social e formadora da identidade.

H9 - Reconhecer as manifestações corporais de movimento como originárias de necessidades cotidianas de um grupo social.

H10 - Reconhecer a necessidade de transformação de hábitos corporais em função das necessidades cinestésicas.

H11 - Reconhecer a linguagem corporal como meio de interação social, considerando os limites de desempenho e as alternativas de adaptação para diferentes indivíduos.

Matriz de Referência do ENEM (I)

Olá pessoal, abaixo elencados, estão os Eixos Cognitivos contemplados pelo Exame Nacional do Ensino Médio.

EIXOS COGNITIVOS (comuns a todas as áreas de conhecimento)

I. Dominar linguagens (DL): Dominar a Norma Culta da Língua Portuguesa e fazer uso das linguagens matemática, artística e científica e das línguas espanhola e inglesa.

II. Compreender fenômenos (CF): Construir e aplicar conceitos das várias áreas do conhecimento para a compreensão de fenômenos naturais, de processos histórico-geográficos, da produção tecnológica e das manifestações artísticas.

III. Enfrentar situações-problema (SP): Selecionar, organizar, relacionar, interpretar dados e informações representados de diferentes formas, para tomar decisões e enfrentar situações-problema.

IV. Construir argumentação (CA): Relacionar informações, representadas em diferentes formas, e conhecimentos disponíveis em situações concretas, para construir argumentação consistente.

V. Elaborar propostas (EP): Recorrer aos conhecimentos desenvolvidos na escola para elaboração de propostas de intervenção solidária na realidade, respeitando os valores humanos e considerando a diversidade sociocultural.

domingo, 8 de abril de 2012

VIII CONCURSO DE PRODUÇÃO TEXTUAL DO COLÉGIO PANORAMA

Olá Pessoal!

Abaixo está o regulamento com todas as informações acerca do VIII Concurso de Produção Textual do Colégio Panorama.


REGULAMENTO 
1-      O VIII CONCURSO DE PRODUÇÃO DO COLÉGIO PANORAMA se realizará no dia 19/04/2012, das 14:00h às 15h30min. Os participantes devem comparecer com o fardamento completo, munidos de caneta esferográfica azul ou preta, lápis grafite e borracha.
2-      As fichas de inscrição estão disponíveis na Coordenação Pedagógica e deverão ser entregues no período de 04⁄04⁄2012 à 16⁄04⁄2012.
3-      Os textos serão avaliados dentro das seguintes perspectivas: Semântica, Nova Ortografia e adequação à NORMA CULTA da Língua Portuguesa. Além disso, a comissão avaliadora irá considerar como elementos relevantes para a Produção Textual do participante:

  • Observação dos elementos propostos pelo gênero;
  • Pertinência ao abordar o tema;
  • Presença das informações essenciais na abordagem da temática;
  • Originalidade;
  • Criatividade;
  • Uso de elementos conectivos na articulação das ideias;
  • Concordância;
  • Uso adequado dos Pronomes;
  • Uso adequado do Parágrafo;
  • Ortografia adequada.

4-      O VIII CONCURSO DE PRODUÇÃO TEXTUAL estará organizado em três níveis. Cada nível terá dois Gêneros Textuais para escolha do participante no momento de realização da prova.
3.1   Os níveis estarão organizados da seguinte maneira:

1º NÍVEL: 6º E 7º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL – Gêneros: Conto ou Notícia;
2º NÍVEL: 8º E 9º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL – Gêneros: Resenha Crítica ou Editorial;
3º NÍVEL: 1º, 2º E 3º ANO DO ENSINO MÉDIO – Gêneros: Carta Aberta, Artigo de Opinião ou Texto Dissertativo-Argumentativo.
5-      Serão selecionadas as três melhores Produções Textuais referentes a cada nível.
6-      As produções textuais devem ser escritas com no mínimo 20 linhas e no máximo 25 linhas. A avaliação será feita de acordo com cada nível, observando o alcance das perspectivas estabelecidas.
·         Excepcionalmente, o Gênero Notícia terá a possibilidade de no mínimo 12 linhas e no máximo 20 linhas, para os participantes do Nível I.
7-      Teremos premiações para os três primeiros lugares de cada nível, sendo a entrega dos mesmos no dia da premiação da escola no final do ano letivo.
8-      A divulgação dos resultados ocorrerá no dia 04/05/2012 às 09h.
9-      Podem concorrer todos os alunos regularmente matriculados neste estabelecimento de ensino, estejam cursando as séries acima citadas e que estejam inscritos no referido concurso.
10-   A comissão que julgará os textos será composta por professores que trabalham na escola (observando as perspectivas propostas e seu melhor desenvolvimento).

 
Área de Linguagens, códigos e suas tecnologias

sexta-feira, 6 de abril de 2012

CONCURSO DE REDAÇÃO - EXPEDIÇÃO DO SEMIÁRIDO


(Por Profº Conceição Ferreira – Pós Graduação em Estudos Culturais pela UEPB)

O PRÊMIO EXPEDIÇÃO DO SEMIÁRIDO é um Concurso de Redação para estudantes do Ensino Médio e da Educação Profissional e de Artigos Científicos para Estudantes de Graduação e Pós-Graduação.  As inscrições vão até o dia 23 de abril de 2012 e estão disponíveis no portal www.expedicaosemiarido.org.br. Os alunos que tiverem seu trabalho selecionado ganharão uma viagem com aula de campo, seguindo um roteiro por cidades do Semiárido da Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará, conhecendo as belezas da caatinga e muito mais.


O prêmio foi instituído em 2009, integra o PEASA/MISA/UFCG/PaqTcPB e tem como objetivo estimular o conhecimento sobre o Semiárido, no intuito de se combater a denominação errônea de “região-problema”, quando na verdade apresenta recursos ambientais, sociais, antropológicos, históricos, econômicos e culturais singulares e potenciais que contribuem muito para a formação da população paraibana e fortalecimento do estado.
Juntamente com a professora Wanda Patrícia, que orientou os alunos nas edições anteriores e obteve muito sucesso, estaremos preparando os alunos neste 3º Concurso de Redação e Artigo Científico "Expedição do Semiárido".
Como as Redações deverão obedecer ao Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa e as grandes bases modificativas estão em torno da ORTOGRAFIA, ACENTUAÇÃO GRÁFICA e HÍFEN, nossa aula de preparação para o concurso de redação - PRÊMIO EXPEDIÇÃO DO SEMIÁRIDO – estará focada nesses pontos. Estarei apresentando as mudanças na ortografia, tirando dúvidas e dando dicas para facilitar o trabalho dos alunos ao redigirem seus textos.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

http://www.expedicaosemiarido.org.br

NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO DA LÍNGUA PORTUGUESA


(Por Profº Conceição Ferreira – Pós Graduação em Estudos Culturais pela UEPB)

O Acordo Ortográfico de 1990 propõe unificar a grafia não somente entre Portugal e Brasil, mas nas demais nações que falam o português (Angola, Cabo Verde, Guiné Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor Leste), somando mais de 230 milhões de falantes.
O acordo objetiva a unificação da grafia oficial de 99, 5% do vocabulário da língua e o aumento do seu prestígio internacional, dando fim à existência de duas ortografias oficiais divergentes: uma no Brasil e outra nas demais nações usófonas.
O então Presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, assinou o decreto no dia 29 de setembro de 2008 que instituia o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa em uma cerimônia na Academia Brasileira de Letras (ABL). Em Portugal, a Assembleia do Parlamento já havia aprovado o acordo em sessão plenária no dia 16 de maio.
            O Ministério da Educação propôs que a reforma entrasse em vigor em janeiro de 2009 e a partir de 2010 os livros didáticos deveriam estar em conformidade com o Acordo Ortográfico.
            De 1º de janeiro de 2009 a 31 de dezembro de 2012, o país terá um período de transição. Durante esse tempo, haverá a coexistência das duas grafias, inclusive, vestibulares, concursos e avaliações poderão aceitar as duas ortográficas. Exceto quando a instituição deixar clara a exigência do Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:


Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990.
Decreto 6583, de 29 de setembro de 2008.
ACADEMIA Brasileira de Letras. Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro. A Academia, 1998.




segunda-feira, 12 de março de 2012

II Semana da Poesia: produções de análises das turmas do 2º ano

Os Ombros Suportam o Mundo
 
Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus.
Tempo de absoluta depuração.
Tempo em que não se diz mais: meu amor.
Porque o amor resultou inútil.
E os olhos não choram.
E as mãos tecem apenas o rude trabalho.
E o coração está seco.


Em vão mulheres batem à porta, não abrirás.
Ficaste sozinho, a luz apagou-se,
mas na sombra teus olhos resplandecem enormes.
És todo certeza, já não sabes sofrer.
E nada esperas de teus amigos.


Pouco importa venha a velhice, que é a velhice?
Teu ombros suportam o mundo
e ele não pesa mais que a mão de uma criança.
As guerras, as fomes, as discussões dentro dos edifícios
provam apenas que a vida prossegue
e nem todos se libertaram ainda.
Alguns, achando bárbaro o espetáculo,
prefeririam (os delicados) morrer.
Chegou um tempo em que não adianta morrer.
Chegou um tempo em que a vida é uma ordem.
A vida apenas, sem mistificação



Análise geral
§     1ª estrofe: Aborda a questão da ausência de amor entre as pessoas em sociedade, o individualismo, a frieza dos sentimentos e das emoções com relação ao próximo, como é retratado no verso: “E os olhos não choram” (se não há sentimento não há choro).

§     2ª estrofe: É possível analisar que a sociedade não tem deixado “brechas” para que haja solidariedade até mesmo pelos mais íntimos. Por isso, os indivíduos como um todo estão cada vez mais solitários, mas mesmo diante dessa situação existe “uma luz no fim do túnel”.

§     3ª estrofe: Nota-se a questão de que as pessoas já estão tão sozinhas que a própria morte ou a velhice não incomoda mais a ninguém, ou melhor, a velhice e a morte seriam mais o menos como uma forma de se livrar dessa solidão. 
§   
De uma forma geral, pode-se perceber a presença de questões sociais no poema, em que nota-se principalmente as temáticas da solidão, de sentimentos, ou melhor, da falta deles, do sofrimento, que apesar de não ser temas ou problemas sociais, falando-se ao pé da letra, acaba se tornando no poema de Carlos Drummond, já que envolve o fato dos relacionamentos entre as pessoas num meio social, a falta de solidariedade, que vai trazer outros temas relacionados como a morte, a velhice e  a própria esperança. 
Elegia 1938
Trabalhas sem alegria para um mundo caduco,
onde as formas e as ações no encerram nenhum exemplo.
Praticas laboriosamente os gestos universais,
sentes calor e frio, falta de dinheiro, fome e desejo sexual.

Heróis enchem os parques da cidade em que te arrastas,
e preconizam a virtude, a renúncia, o sangue-frio, a concepção.
À noite, se neblina, abrem guarda-chuvas de bronze
ou se recolhem aos volumes de sinistras bibliotecas.

Amas a noite pelo poder de aniquilamento que encerra
e sabes que, dormindo, os problemas de dispensam de morrer.
Mas o terrível despertar prova a existência da Grande Máquina
e te repõe, pequenino, em face de indecifráveis palmeiras.

Caminhas entre mortos e com eles conversas
sobre coisas do tempo futuro e negócios do espírito.
A literatura estragou tuas melhores horas de amor.
Ao telefone perdeste muito, muitíssimo tempo de semear.

Coração orgulhoso, tens pressa de confessar tua derrota
e adiar para outro século a felicidade coletiva.
Aceitas a chuva, a guerra, o desemprego e a injusta distribuição
porque não podes, sozinho, dinamitar a ilha de Manhattan.


Análise geral


1ª estrofe: No verso “trabalhas sem alegria para um mundo caduco” aborda a questão de que o homem é “forçado” a trabalhar para um “mundo caduco”, isto é, um mundo capitalista, o homem trabalha para sobreviver. Apresenta também que o mundo não serve de exemplo, muito pelo contrário, só exclui, generaliza e ataca o homem e ainda mostra através do último verso as necessidades humanas que nem sempre podem ser supridas.
3ª estrofe: Retrata a ideia de noite como o sono, o esquecimento temporário dos problemas, e também do amanhecer que revela a explosão capitalista que “maquinifica” o homem que se torna insignificante diante dos poderosos.
4ª estrofe: Representa inicialmente os trabalhadores como mortos-vivos, criticando o trabalho árduo e exagerado na sociedade. E também retrata a ideia do sonho relacionada à literatura, os romances românticos que levam à idealização. E ainda é citado o telefone como forma menos humana de interação, ou seja, o distanciamento das pessoas no meio social, a ideia do próximo que não existe mais.
5ª estrofe: Entra a questão de que um dia tudo mudará, e também a ideia do capitalismo ao citar a Ilha de Manhattan, em que o socialismo não pode combater o capitalismo.

O poema acima aborda, de uma maneira generalizada, a questão do exagerado trabalho, ou melhor, do trabalho árduo em troca de pequenos ganhos. A ideia do capitalismo como um ponto negativo para a sociedade já que traria principalmente a desigualdade social. Também é retratado as lutas, a guerra, a violência em geral e que há uma esperança de mudança em o principal refúgio é a noite já que o dia representa a volta ao trabalho. E ainda a influência da literatura com um meio de pensar e sonhar numa sociedade melhor.
A flor e a náusea

Preso à minha classe e a algumas roupas,
Vou de branco pela rua cinzenta.
Melancolias, mercadorias espreitam-me.
Devo seguir até o enjoo?
Posso, sem armas, revoltar-me'?

Olhos sujos no relógio da torre:
Não, o tempo não chegou de completa justiça.
O tempo é ainda de fezes, maus poemas, alucinações e espera.
O tempo pobre, o poeta pobre
Fundem-se no mesmo impasse.

Em vão me tento explicar, os muros são surdos.
Sob a pele das palavras há cifras e códigos.
O sol consola os doentes e não os renova.
As coisas. Que tristes são as coisas, consideradas sem ênfase.

Vomitar esse tédio sobre a cidade.
Quarenta anos e nenhum problema
resolvido, sequer colocado.
Nenhuma carta escrita nem recebida.
Todos os homens voltam para casa.
Estão menos livres mas levam jornais
e soletram o mundo, sabendo que o perdem.

Crimes da terra, como perdoá-los?
Tomei parte em muitos, outros escondi.
Alguns achei belos, foram publicados.
Crimes suaves, que ajudam a viver.
Ração diária de erro, distribuída em casa.
Os ferozes padeiros do mal.
Os ferozes leiteiros do mal.

Pôr fogo em tudo, inclusive em mim.
Ao menino de 1918 chamavam anarquista.
Porém meu ódio é o melhor de mim.
Com ele me salvo
e dou a poucos uma esperança mínima.

Uma flor nasceu na rua!
Passem de longe, bondes, ônibus, rio de aço do tráfego.
Uma flor ainda desbotada
ilude a polícia, rompe o asfalto.
Façam completo silêncio, paralisem os negócios,
garanto que uma flor nasceu.

Sua cor não se percebe.
Suas pétalas não se abrem
Seu nome não está nos livros.
É feia. Mas é realmente uma flor.


Sento-me no chão da capital do país às cinco horas da tarde
e lentamente passo a mão nessa forma insegura.
Do lado das montanhas, nuvens maciças avolumam-se.
Pequenos pontos brancos movem-se no mar, galinhas em pânico.
É feia. Mas é uma flor. Furou o asfalto, o tédio, o nojo
e o ódio.
           
Análise geral
1ª estrofe: Apresenta a questão do materialismo e até mesmo da falta de valores morais por conta do próprio materialismo. A falta de humanidade que está ligada a necessidade de uma atitude em relação aos problemas sociais de uma forma generalizada. No verso “Posso sem armas, revoltar-me?” nota-se a temática violência, a guerra. Pois para que haja uma disputa nem sempre é preciso a utilização de armas que no contexto representa a morte.  

2ª estrofe: Percebe-se a presença da metalinguagem ao falar-se a respeito dos poemas e também dos poetas. E há uma crítica à sociedade, já que a partir da sociedade e das problemáticas que nela existem os poemas são elaborados, e já que se trata de um tempo pobre, os poemas serão pobres, isto é, se o meio social é “pobre”, a poesia também será.

4ª estrofe: Nota-se a influência da cidade e mais uma vez a questão do materialismo. E também a libertação do tédio é abordado através do verso “Vomitar esse tédio sobre a cidade”, já que o vômito representa um desabafo ou um alívio em relação à algo.

5ª estrofe: Os primeiros versos da quinta estrofe aborda a presença dos crimes. Até mesmo os crimes que são considerados pontos negativos na sociedade se torna um ponto positivo na poesia, e esses crimes diz respeito aos erros das pessoas em geral.

7ª estrofe: Diz respeito ao nascimento da flor, que pode significar a esperança, que embora pequena e improvável ela existe, e isso é um grande motivo para assustar as pessoas, o meio social.

8ª estrofe: O verso “É feia. Mas é realmente uma flor” remete a questão da flor como mínima porém existente, difícil de existir mas não impossível.

            O poema “A flor e a náusea” está voltado para a ideia de uma esperança em um meio com determinados problemas relacionados às próprias questões sociais. Então, de uma forma geral, é perceptível a abordagem acerca da temática social em que ao longo do poema faz-se necessário diante de uma sociedade problemática uma mínima esperança, e por se tratar de um meio social com problemas a ideia de esperança se torna difícil e então por isso o espanto ao se tratar de uma flor que embora feia exista. E a ideia do feio relaciona-se justamente ao imperfeito, ou seja, não é a esperança a qual todos esperavam e necessitavam, mas é esperança. 

 
Equipe: João Gabriel, Camila Soares, Layanne, Helaine, Raylla e Wédna.( Branco)